Os Maracatus e Afoxés são expressões culturais de grande importância no Brasil, especialmente na região Nordeste, onde suas manifestações estão profundamente enraizadas na história e na identidade dos povos afrodescendentes. O Maracatu, surgido em Pernambuco, tem origem nas coroações dos reis do Congo, realizadas durante o período colonial como uma forma de resistência cultural dos escravizados. Com forte presença de tambores, alfaias e instrumentos de percussão, o Maracatu se divide em duas principais vertentes: o Maracatu de Baque Solto e o Maracatu de Baque Virado, cada um com suas características específicas, mas ambos carregados de simbolismo e tradição.
Os Afoxés, por sua vez, são manifestações de matriz afro-religiosa, ligadas ao candomblé, e costumam ser chamados de “candomblé de rua”. Sua musicalidade é marcada pelos ritmos dos atabaques e pelos cânticos em iorubá, evocando os orixás e promovendo a valorização das tradições africanas no Brasil. Os Afoxés são não apenas uma forma de expressão artística, mas também um instrumento de resistência e reafirmação das religiões de matriz africana, muitas vezes marginalizadas.
Além do valor artístico e religioso, tanto os Maracatus quanto os Afoxés desempenham um papel social fundamental. Eles promovem a inclusão de jovens e adultos em atividades culturais, fortalecem a identidade negra e criam espaços de sociabilidade e empoderamento para comunidades historicamente excluídas. Muitos grupos desenvolvem projetos sociais, oficinas de percussão e dança, contribuindo para a formação de novos artistas e para a continuidade dessas tradições. Dessa forma, essas manifestações não apenas enriquecem o patrimônio cultural brasileiro, mas também atuam na construção de uma sociedade mais plural e consciente de suas raízes africanas.
